Valentino Fall/Winter 25/26: A Intimidade Como Performance
- Danielle Moreira
- 10 de mar.
- 1 min de leitura
No FW 25/26, a Valentino de Alessandro Le questiona a intimidade e a identidade em um desfile que transforma a moda em metateatro.

Foto: Divulgação
No Fall/Winter 25/26, Alessandro Le leva a Valentino a uma nova dimensão conceitual, explorando a intimidade não como refúgio, mas como encenação. O desfile propõe um olhar filosófico sobre a construção da identidade, questionando a ideia de um "eu verdadeiro" e revelando a moda como um espaço onde exposição e ocultamento coexistem em um jogo de superfícies e profundidades.

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A coleção transita entre contrastes marcantes: estruturas rígidas encontram tecidos diáfanos, enquanto uma paleta sóbria é atravessada por tons vibrantes. O vestir e o despir tornam-se atos performáticos, que, em vez de desvelar uma essência oculta, reafirmam a multiplicidade do ser. Silhuetas alongadas e volumosas criam uma tensão entre proteção e vulnerabilidade, evocando um movimento contínuo entre a armadura e a pele.
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O cenário escolhido—um banheiro público reinterpretado como um espaço distópico e lynchiano—suspende as fronteiras entre o pessoal e o coletivo, o privado e o exposto. Inspirado nas heterotopias de Michel Foucault, esse ambiente funciona como um território autônomo onde os rituais de cuidado e transformação corporal revelam sua dimensão teatral.
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Ao desconstruir a intimidade e ressignificá-la como performance, Alessandro Le reafirma sua Valentino como um espaço de questionamento e reinvenção. O Fall/Winter 25/26 não apenas apresenta uma coleção, mas também propõe uma reflexão visual e conceitual sobre identidade, moda e espetáculo.
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