Dor lombar feminina: causas, prevenção e alívio com Pilates
- Danielle Moreira
- 13 de ago.
- 3 min de leitura
Fisioterapeuta Luciana Geraissate explica por que a dor lombar é tão comum nas mulheres e como prevenir e aliviar o desconforto.

Foto: Reprodução Pinterest
A dor lombar é uma velha conhecida de muitas mulheres brasileiras e não se trata apenas de um incômodo pontual. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, 34,4% das mulheres adultas relatam dores frequentes na região das costas, percentual superior ao dos homens (26,5%). O dado reflete uma sobrecarga silenciosa, que combina fatores físicos, hormonais e emocionais.
De acordo com a fisioterapeuta Luciana Geraissate, especialista em reabilitação funcional e Pilates clínico, a dor lombar nas mulheres costuma ter origem multifatorial. “Muitas pacientes não sofreram trauma ou lesão, mas convivem com dor constante. Ao investigar, percebemos que o corpo está respondendo a anos de sobrecarga, estresse, má respiração, falta de fortalecimento e distúrbios do sono”, explica.

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Por que as mulheres sentem mais dor lombar que os homens?
Estudos apontam que a sobrecarga física e emocional, somada a características hormonais, torna a lombar feminina mais vulnerável. Uma pesquisa publicada pela Revista Brasileira de Epidemiologia indica que mulheres com múltiplos filhos têm até 2,8 vezes mais risco de desenvolver dor lombar crônica. Idade acima de 50 anos, obesidade, tabagismo, insônia e depressão também aumentam as chances.
Além disso, alterações hormonais durante TPM, gestação e menopausa afetam a elasticidade dos ligamentos, a força muscular e a percepção da dor. “Na gestação, o corpo sofre mudanças posturais importantes. Já na menopausa, a queda hormonal compromete a densidade óssea e a tonicidade muscular”, reforça Luciana.

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Quando a dor lombar precisa de atenção profissional?
Segundo Luciana, dores pontuais costumam melhorar em poucos dias com ajustes de postura e rotina. Mas alguns sinais indicam a necessidade de buscar um fisioterapeuta:
Dor que persiste por semanas ou piora com o tempo
Sintomas associados, como formigamento, fraqueza ou perda de sensibilidade
Limitação para atividades simples, como sentar, caminhar ou carregar peso
“O ideal é procurar ajuda logo nos primeiros sinais persistentes. A intervenção precoce aumenta as chances de recuperação e evita que a dor se torne crônica”, orienta.

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O que é o Pilates clínico e por que ele funciona tão bem?
O Pilates clínico se diferencia das aulas comuns por ser conduzido por fisioterapeutas e adaptado às necessidades de cada paciente. O método foca no fortalecimento da musculatura profunda, na melhora da mobilidade e no desenvolvimento da consciência corporal.
“Ele promove alinhamento postural e controle motor, fundamentais para reduzir a dor e prevenir recidivas”, diz Luciana. Além disso, técnicas de respiração ajudam a reduzir tensão muscular e melhorar o equilíbrio entre corpo e mente.

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O estresse e a carga mental influenciam a dor lombar?
A resposta é sim! e muito. O estresse constante ativa mecanismos no sistema nervoso que aumentam a tensão muscular, reduzem a qualidade do sono e tornam o corpo mais sensível à dor. “A sobrecarga mental também se manifesta fisicamente, alterando postura e provocando rigidez na lombar e nos ombros”, explica.
No consultório, Luciana combina fortalecimento, alongamento e exercícios respiratórios para quebrar o ciclo da dor.
Quais hábitos diários podem piorar a dor sem que percebamos?
Ficar horas na mesma posição
Carregar bolsas ou objetos sempre de um lado
Dormir em posição desconfortável
Uso frequente de salto alto
“O salto pode alterar a postura e sobrecarregar a lombar. Não precisa abolir, mas é importante alternar com calçados estáveis e confortáveis”, recomenda.

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Como prevenir e aliviar o desconforto no dia a dia?
Faça pausas ativas: levante-se, caminhe e alongue-se a cada hora
Mantenha postura ergonômica no trabalho, com pés apoiados e cadeira na altura correta
Invista em fortalecimento específico para a lombar e core
Alongue costas e pernas diariamente
Pratique respiração profunda para reduzir tensão
Pequenas mudanças podem fazer grande diferença. “O corpo sempre avisa. O problema é que muitas vezes não escutamos”, lembra Luciana.
Para Luciana, cuidar da dor lombar vai além da técnica. “Toda dor tem uma história. E toda história merece ser ouvida. Criar um espaço de escuta é essencial para que a paciente recupere a confiança no próprio corpo”, conclui.
Se você convive com dor lombar, lembre-se: isso não precisa ser parte inevitável da sua vida. Buscar ajuda, ajustar hábitos e se reconectar com o próprio corpo pode transformar não só a sua postura, mas também o seu bem-estar diário. Seu corpo fala e merece ser ouvido com atenção e carinho.