Chloé Primavera-Verão 2026: Entre a alta-costura e a leveza cotidiana

Chemena Kamali revisita as origens da Chloé na coleção “Entre Deux”, unindo savoir-faire e simplicidade artesanal.

Foto: Divulgação

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A coleção “Entre Deux”, apresentada pela Chloé durante a Paris Fashion Week, marca um novo capítulo na jornada criativa de Chemena Kamali. A diretora criativa se propôs a explorar um paradoxo: o que significaria falar de couture dentro de uma maison que sempre se destacou por sua liberdade democrática e leveza essencial.

Inspirando-se nas palavras da fundadora Gaby Aghion, que criou a Chloé por amar a ideia da alta-costura, mas desejar vê-la nas ruas, Kamali propõe uma reflexão sobre a dualidade entre o elaborado e o espontâneo. “Gosto da ideia de revisitar aquilo que Gaby rejeitou, sem trair o DNA original da maison”, afirmou.

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Nos cafés parisienses Flore e Brasserie Lipp, as primeiras coleções da marca nos anos 1950 já sugeriam essa fusão, roupas com a silhueta da couture, mas sem estruturas, forros ou rigidez. É justamente esse espírito que Kamali revisita: um equilíbrio entre a grandiosidade das técnicas artesanais e a simplicidade dos materiais cotidianos.

O gesto do drapeado é o fio condutor da coleção, traduzido em pregas, nós e volumes que parecem se mover com o corpo. Tecidos como o algodão popeline ganham protagonismo, revelando que o luxo pode nascer da simplicidade. Estampas florais de arquivo dos anos 1950 e 1960 foram reinterpretadas, enquanto clássicos do guarda-roupa exterior surgem reinventados em versões leves e fluidas.

Foto: Divulgação

O desfile aconteceu em um cenário carregado de significado: uma das salas de conferência da UNESCO, em Paris. O espaço, de arquitetura pós-moderna e simbolismo histórico, foi escolhido por representar liberdade, diálogo e criatividade, valores que se entrelaçam à essência da maison.

Entre a alta-costura e o prêt-à-porter, a Chloé de Chemena Kamali encontra sua voz, leve, feminina e profundamente contemporânea.