Pele e Mente - Descubra como emoções afetam a saúde Dermatológica
Você sabia que a saúde da sua pele esta diretamente ligada à sua saúde mental? Para explorar essa relação e gatilhos que provocam sintomas cutâneos, Dra. Renata Sitonio nos explica suas origens e tratamentos.
Foto: Cottonbro Studio
As doenças psicológicas se tornaram cada vez mais recorrentes em nosso dia dia, infelizmente se tornando o mal do século, o estresse, a depressão e a ansiedade podem ser gatilhos para o desenvolvimento de doenças dermatológicas.
Conversamos com a Dra. Renata Sitonio, Dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBC) e Academia Americana de Dermatologia Especializada em Tratamentos Corporais em Harvard, para explicar como as emoções podem afetar nossa pele, quais são os sintomas mais comuns e como podemos tratar esses problemas de maneira eficaz. Vamos entender melhor essa conexão e aprender como cuidar da nossa pele e da nossa mente de forma integrada.
Danielle Moreira: Como a saúde mental pode impactar diretamente a saúde da pele e quais são os sinais específicos na pele que podem sugerir uma conexão com problemas emocionais subjacentes?
Dra. Renata Sitonio: Durante a formação do embrião, o mesmo tecido que forma a pele também dá origem ao cérebro. Portanto, há uma ligação direta entre a saúde mental e as condições dermatológicas. Não há lesões específicas que indiquem isoladamente um transtorno psicológico. A correlação é feita através do histórico clínico e da associação com as lesões de pele. Um diagnóstico bem elaborado é crucial, pois impacta significativamente o tratamento e a qualidade de vida do paciente.
Praticamente todas as doenças de pele podem surgir ou piorar após episódios de estresse, ansiedade e depressão. Os sintomas mais comuns incluem coceira, alergias, acne, psoríase e rosácea.
DM: Quais são as diferenças nos sintomas cutâneos entre doenças psicológicas como dermatite, transtornos ligados ao TOC, como tricotilomania e afins?
Dra. Renata: A dermatite provoca manchas vermelhas, geralmente descamações, que coçam. O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) pode ocasionar o desenvolvimento do "skin picking" (cutucar cronicamente a pele, causando machucados), assim como a Tricotilomania é o hábito de arrancar os cabelos, resultando em áreas de calvície. Existem outros sintomas e consequências como escoriações de lesões de acne e coceira crônica.
Foto: Mariam Antadze
DM: Quais são as condições cutâneas frequentemente associadas a problemas psicológicos e como elas podem ser influenciadas por fatores emocionais?
Dra. Renata: Doenças como psoríase, vitiligo, acne, rosácea, dermatite seborréica, queda de cabelo e urticária podem surgir ou piorar após eventos estressantes devido à liberação de hormônios, citocinas inflamatórias e neurotransmissores.
DM: Qual é a abordagem de tratamento geralmente recomendada para condições cutâneas relacionadas a problemas psicológicos? Isso varia dependendo da condição específica?
Dra. Renata: A abordagem deve ser multidisciplinar, envolvendo dermatologista, psiquiatra e psicólogo. Cada doença tem um tratamento dermatológico específico. Por exemplo, vitiligo pode ser tratado com corticóides, fototerapia e imunobiológicos, enquanto urticária pode ser manejada com antialérgicos e evitando alimentos que podem piorar a condição.
Essa colaboração é essencial, como a origem é psicológica, o tratamento ajuda a controlar as lesões de pele, que serão tratadas com medicamentos específicos pelo dermatologista. A abordagem integrada oferece melhores resultados para o paciente.
Foto: Cottonbro Studio
A compreensão dessa relação pode melhorar significativamente a qualidade de vida daqueles que sofrem com essas condições., afinal o autocuidado deve ser uma junção de ações que englobem o físico e o emocional. Procure profissionais de sua confiança para alinhar um tratamento multidisciplinar em seu benefício.
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