Fendi SS26: cores pixeladas e silhuetas em mutação
- Danielle Moreira

- 25 de set.
- 2 min de leitura
Fendi SS26 explora cores pixeladas, alfaiataria desconstruída e artesania detalhista em um verão mutante e vibrante.

Foto: Divulgação
Na temporada de Primavera/Verão 2026, a Fendi apresentou em Milão uma coleção marcada pela fusão entre artesania e experimentação visual. O cenário de Marc Newson, um campo ondulante de pixels multicoloridos, já antecipava a proposta: roupas pensadas como superfícies mutantes, em constante diálogo entre estrutura e leveza.
A alfaiataria, ponto de partida para muitos dos looks, foi desconstruída com mecanismos de ajustabilidade. Blazers curtos surgiram presos em barras franzidas, casacos soltos em algodão ganharam casas de botão que moldavam e redesenhavam saias, enquanto bomber jackets receberam golas em organza e punhos com babados. Nas saias, camadas fluidas evoluíam em caudas sereia, reafirmando a ideia de movimento contínuo.

Foto: Divulgação
As camisas masculinas apareceram reinventadas: ora transformadas em vestidos chemise abotoados, ora em blusas de smoking ou em minissaias assimétricas de pregas macho. O cruzamento entre masculino e feminino foi costurado por tecidos contrastantes, de organzas translúcidas a tricôs de seda trançada, além de plush técnico e crochês artesanais. A mistura de materiais ressaltou a dualidade entre rigor e suavidade.
Foto: Divulgação
Na superfície, detalhes florais dominaram: margaridinhas em camadas furta-cor, motivos esculpidos em relevo, guipures florais pintados e aplicações em shearling e plush. Bordados perfurados e bolinhas metálicas reforçaram a dimensão gráfica das peças, criando efeitos de textura e luminosidade.
A paleta foi uma das protagonistas do desfile. Do branco marcante aos tons ensolarados de amarelo, passando pelo turquesa, coral, rosa chiclete e vermelho intenso, as cores se intercalaram com pastéis açucarados e neutros terrosos. O resultado foi um sistema policromático que evocou alegria e frescor, sem perder a precisão construtiva.
Foto: Divulgação
Os acessórios ampliaram a pesquisa de design. A nova bolsa Collier apresentou um corpo em cordão franzido e alça em contas, enquanto a Hobo foi atualizada com pontos Selleria e pompom de couro regulável. Ícones da marca, como Baguette e Spy, retornaram em seda trançada; a Peekaboo ganhou versões com gaiolas transparentes e construções em couro trançado. A recém-chegada Way, em formato trapezoidal, explorou camurça e pele de bezerro em acabamento minimalista.
Foto: Divulgação
Nos calçados, as sandálias Arco slingback com salto bloco receberam partes em tricô e correntes entrelaçadas a couro, em diálogo com mocassins e sapatilhas de treliça. As joias de Delfina Delettrez trabalharam o contraste entre metal e cor: ear cuffs esmaltados, abotoaduras em filigrana dourada e brincos em coral reforçaram a atmosfera lúdica.
A trilha sonora de Frédéric Sanchez costurou cinema e ópera italiana, sampleando vozes de Marcello Mastroianni, Anouk Aimée, Anna Magnani e Alain Delon, transformadas digitalmente em um “passeio pixelado” por Roma.
Foto: Divulgação
Combinando experimentação cromática, desconstrução da alfaiataria e artesania minuciosa, a Fendi SS26 mostrou uma coleção que pensa a roupa como sistema mutável, um jogo entre o que se ajusta, se revela e se reconstrói no corpo.





































































































































































