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Fair Fashion - é possível?

O Mercado da moda passou por diversas fases dentro da história sempre em consequência dos acontecimentos cotidianos, a visão de seus criadores sobre a humanidade é o que torna o design de moda essencial. A moda se tornou objeto de desejo a partir de influências éticas e culturais, criando-se o conceito de que a primeira visão de um terceiro sobre você poderia determinar a sua colocação na sociedade.



A moda divide classes desde seus primeiros sinais de vida, onde tecidos e formas de modelagens determinavam desde a origem dessa pessoa assim como sua importância na sociedade, isso não é muito diferente dos dias atuais, porém a cultura do “ready to wear” iniciou a forma com a qual as classes consomem tendências iguais em níveis diferentes e é a partir desse momento em que as “Fast Fashion” criam uma “data de validade” em tendências demandando uma maior rapidez e quantidade de produção, ao mesmo tempo que tornam democráticas as formas de consumo.


Com a disseminação da cultura “Fast Fashion” a rotatividade de produção deve atender à essa demanda excessiva, entretanto grandes empresas não querem adequar sua infraestrutura e muito menos o quadro de funcionários a essa situação, e é a partir daí que países subdesenvolvidos se tornam uma opção de mão de obra barata e fácil de ser encontrada.


O Mercado de luxo possui sua parcela dentro desse processo de indústria do paga-se pouco e ganha-se muito, afinal os mesmos artesãos que produzem para grandes redes também produzem para o mercado de luxo, entretanto a falta de planejamento de manutenção de produção futura irá fazer com que técnicas e processos ricos em cultura e história se percam em meio a pagamentos injustos.


Pagamentos se dão pela quantidade produzida, que muitas vezes não passam de 2 dólares o dia, trabalhando mais de 12 horas por dia, 7 dias por semana e com locais de trabalho precários. Países como Índia, Indonésia e China possuem grande produção de mercado denominado “indústria de sangue” onde a mão de obra em grande quantidade determina uma cultura de sobrevivência bruta, pelo fato de que se tal pessoa não pode mais produzir o seu “descarte” não significa uma quebra de produção, pois sua substituição será automática.


Selecionei livros e documentários que abordam esse assunto de diversas formas, assim como apresentam a origem e soluções para esse problema.

“O trabalho decente é um dos temas mais importantes da atualidade no direito laboral. Por isso, o livro examina com profundidade esta relevantíssima temática da contemporaneidade, sob os aspectos teórico e prático. Partindo dos objetivos estratégicos estabelecidos pela Organização Internacional do Trabalho (eliminação do trabalho forçado, erradicação do trabalho infantil, fim da discriminação e a liberdade sindical plena), e considerando o trabalho decente como um novo direito humano, a obra vai além e apresenta os requisitos afirmadores do trabalho decente no mundo do trabalho, bem como examina a matéria à luz da jurisprudência hodierna. Com todo esse arcabouço sólido teórico-prático, a obra passa a ser indispensável para todos os operadores do direito pelas próximas décadas.”


“Em ‘Valores Humanos no Trabalho’ o autor levanta a bandeira sobre a qualidade das relações do trabalho e da responsabilidade social. Alerta para a necessidade de uma mudança radical no relacionamento entre os gestores e suas equipes, e como ela pode ter reflexos positivos na sociedade. Um livro imprescindível para quem quer ter colaboradores verdadeiramente comprometidos.”


“Trazendo trabalhos apresentados no Seminário Internacional sobre Trabalho Escravo por Dívida e Direitos Humanos, realizado em 2005, pelo Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo do Núcleo de Estudos em Políticas Públicas de Direitos Humanos da UFRJ, Trabalho escravo contemporâneo no Brasil é obra essencial para despertar a consciência da realidade trágica e contemporânea do trabalho escravo, e uma contundente denúncia dessa realidade. Prefácio: Pedro Casaldáliga. Apresentação: Suely Souza de Almeida. Coleção Economia e Sociedade”


“Discorre sobre a forma com a qual grandes empresas drenam recursos naturais, utiliza mão de obra barata e desumanas para obter grande lucro com o lançamento semanal de novas tendências, gerando competitividade e uma corrida incessante pelo menor preço”


Sweat Shop:


Nessa série documental blogueiras de moda foram enviadas para confecções de roupas de terceiro mundo, para que pudessem presenciar a forma com a qual grandes empresas de “Fast Fashion” produzem com baixo preço, passando alguns dias nessas confecções e fazendo parte dessa indústria.

No link a seguir estão todos os episódios com legendas em inglês: http://www.aftenposten.no/webtv/#!/kategori/10514/sweatshop-deadly-fashion


The True Cost:

Esse documentário aborda a forma de trabalho desumana de diversas visões, buscando a origem, visitando fábricas de grandes industrias, o impacto na sociedade e no meio ambiente. O verdadeiro custo por trás de grandes produções com baixo custo. Disponível no Netflix


Humans Extended:

Serie Documental de 3 episódios que retrata a humanidade e a forma com a qual ela se relaciona entre si, o primeiro episódio trata dos temas do amor, das mulheres, do trabalho e da pobreza.


Se ater a essa discussão é um grande passo para a construção de um mercado sustentável de moda, somos responsáveis pela cultura que criamos e a forma com a qual nos relacionamos com o mundo. O bem mais importante para a humanidade deveria ser a própria vida humana.


A conscientização desse tipo de produção deve ser iniciada da base que sustenta esse tipo de mercado, depende de cada um saber o verdadeiro custo de produto, valorizar produtores locais, fortalecendo o mercado interno e alavancar a economia por base de uma forma justa e humana de trabalho.


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